Debater sobre os aspectos éticos e jurídicos do exercício do profissional da Medicina do Trabalho partiu de uma demanda do próprio Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero) segundo informou o médico João Paulo Cuadal Soares, que também exerce o papel de corregedor dentro do Conselho. Este foi o assunto abordado em um Simpósio sobre Medicina do Trabalho realizado neste último final de semana no auditório do Cremero, que contou com a participação de especialistas, médicos e acadêmicos.
O médico corregedor abordou em sua palestra o processo ético profissional do CRM sobre Medicina do Trabalho e falou sobre as principais denúncias dentro da especialidade que vão desde o mal preenchimento do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) e suas penalidades e até mesmo de denúncias de médicos não especializados exercendo a função. “Denúncias nesse sentido aumentaram em cerca de 20%, se comparado ao número do ano passado” destacou o Dr. João Paulo Cuadal.
Quem deu início ao evento foi o médico especialista em saúde do trabalhador, Dr. Heinz Roland Jacob, que falou sobre os aspectos éticos da Medicina do Trabalho. Ele deu ênfase sobre a postura que o médico deve ter para evitar desvios atestados médicos e também ressaltou a importância de cuidar da saúde do trabalhador quando ele ainda está na empresa.
Dyesk Resende, de 20 anos de idade, é acadêmica do segundo período de Medicina da Faculdade São Lucas. Ela conta que se interessou pela especialidade depois de realizar uma visita à Santo Antônio Energia e conhecer o trabalho de um especialista dentro da empresa. “Fiquei sabendo do simpósio pelo site do Cremero e apesar de estar iniciando a minha vida acadêmica, entendo que já devo ir me familiarizando com os termos e assuntos. Conhecimento nunca é demais” enfatizou a estudante.
Também participaram do simpósio o Dr. Gilberto Hirokazu Yoshida ao abordar mais sobre a visão empresarial na prática da Medicina do Trabalho e o Dr. Daniel Coutinho Pinto que falou sobre a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) assim como seus aspectos jurídicos. “Infelizmente esse é um assunto que muitas das vezes é passado despercebido na atuação médica. Temos notado que muitos preceitos jurídicos não estão sendo observados pelos médicos o que o induz a incorrer em erros médicos, civis e penais, que podem o levar a responder no âmbito civil e criminal” ressaltou Coutinho.
Ao final, todos participaram de uma mesa redonda, comandada pelo médico Dr. Hamilton Ferreira Teixeira. “Nosso estado está crescendo e precisamos estar atentos aos novos riscos diante até mesmo das novas tecnologias” concluiu o mediador.