Nos próximos dias 08 e 09 (terça e quarta-feira) a diretoria executiva do Conselho Federal de Medicina (CFM) estará em Porto Velho para uma nova avaliação do serviço público de Saúde de Rondônia. A comitiva esteve na capital no último mês de fevereiro, quando o governador Confúcio Moura decretou estado de calamidade pública na saúde do Estado.
Além de visitar os principais hospitais da capital, a executiva do CFM se reunirá com o governador, com parlamentares e médicos para debater questões relacionadas à Saúde e propor soluções para os problemas enfrentados no setor.
Segundo a diretora do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero), Maria do Carmo Demasi Wanssa, depois que declarou estado de calamidade pública na saúde de Rondônia, Confúcio Moura encerrou o diálogo com o conselho. “A vinda da diretoria do CFM é uma tentativa de reabrir esse diálogo”, afirma.
No mês passado, por ocasião da Semana do Médico, Maria do Carmo teceu críticas à gestão da Saúde no Estado e comparou o João Paulo II a um hospital de guerra. Imagens obtidas durante a última fiscalização no pronto socorro, com gente sendo atendida no chão, sob macas, foram exibidas aos conselheiros estaduais, causando revolta aos médicos.
“A dignidade da população foi roubada, só nos piores conflitos de guerra se vê cenas assim”, lamentou o tesoureiro do CFM Hiran da Silva Gallo ao ver as cenas.
Com a vinda da comitiva do CFM, após as inspeções nos hospitais, o conselho regional se reunirá com o federal em plenária interna, terça à noite, para tratar da questão da Saúde e elaborar estratégias para ajudar o governo a sanar os problemas classificados pelo Cremero como “caóticos”.
Na quarta, dia 09, às 08h haverá um café da manhã com a imprensa, gestores públicos, políticos e médicos, no Aquárius Selva Hotel, em Porto Velho. Numa espécie de audiência pública, os médicos tentarão um apelo final para tentar sanar a problemática vivida pela Saúde Pública.
Um dos assuntos a ser debatido é a criação de um PCCS (Plano de Cargo Carreira e Salário) para os profissionais que trabalham no setor. Outra questão é o SUS (Sistema Único de Saúde) que, segundo Maria do Carmo, é subfinanciado. “A arrecadação federal é boa, mas não é corretamente aplicada, há desvio de verba para outras áreas. O problema é a gestão desse recurso”, alerta.
Segundo Maria do Carmo, a idéia de entregar a responsabilidade da Saúde às ONG’s (Organizações Não Governamentais), como é a proposta do governador, pode não ser tão boa, uma vez que, segundo ela, abre margem para uma corrupção desmedida, “porque o povo não pode fiscalizar”.
“Estatística que aponta melhora na Saúde, com a administração de ONG, tem um viés, porque tem número “X” de atendimento. Depois de ultrapassado esse número, o paciente passa a pagar por consultas. E as ONG’s só realizam procedimentos simples”, salienta.
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