Enfim chegou setembro, e, nesse mês, é importante falarmos sobre o Setembro Amarelo, onde procuramos dar ênfase a luta pela vida em todas as idades.

Em 1994 um jovem de 17 anos nos EUA conhecido por ter restaurado um Mustang e pintá-lo de amarelo foi vítima de suicídio. Amigos e familiares distribuíram fitas e cartões amarelos e mensagens na comunidade incentivando as pessoas a buscarem ajuda para assim evitar esse grande mal.

Temos que orientar a população que depressão não é frescura, não é falta do que fazer que seja coisa da cabeça de quem sente que é falta de Deus, etc.

Os dados são alarmantes: 32 pessoas tiram a própria vida por dia no Brasil, o que equivale a uma pessoa a cada 45 minutos.

Em todo o mundo, há uma tentativa falha de suicídio a cada 3 segundos e uma definitiva a cada 40. São em média um milhão de pessoas que tiram a própria vida em todo o planeta. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) são assustadores e a estimativa é que até 2020 a depressão seja a principal causa de doenças no mundo inteiro.

E foi pensando no “vale a pena viver” que foi criado o Setembro Amarelo com o apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV) uma associação civil sem fins lucrativos que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio através do telefone 188 ou do site www.cvv.org.br.

Na grande maioria dos casos a pessoa não quer se matar apenas se libertar da dor que corrói a alma e da qual não sabe como se libertar ou então deseja ser visto e ser aceito entre seus pares e não consegue encontrar o apoio e o carinho que busca para aliviar a solidão. A pessoa quando comete suicídio não busca a morte. Ela busca o alívio da dor.

Na verdade, precisamos falar mais sobre o suicídio. Quando perguntamos a quem está passando pelo deserto da alma e sofrendo a falta de apoio e compreensão, perguntar se a pessoa esta precisando de ajuda e fizer uma ausculta fraterna sem julgamentos sem conselhos pré-fabricados, compreendendo que somente através do ouvir e do falar com respeito e compreensão da dor do próximo, poderemos ajudar e evitar esse grande mal.

Perguntar o que a pessoa pensa, se deseja cometer o suicídio, essa simples atitude pode salvar vidas, nesse momento a pessoa perde suas defesas e falando da sua dor deixa abrir-se para a ajuda.

Quando tivermos diante de uma pessoa com esse problema, devemos após primeiro contato encaminhar para os profissionais de saúde mental (médicos de saúde mental, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos, terapeutas e psiquiatras) nos serviços especializados Centros de Atenção Psicossociais CAPS.

Estamos todos juntos nessa luta pela vida não apenas em setembro e em todos meses do ano, profissionais de saúde e comunidade em geral, juntos buscando dar suporte a todos que precisam e aqueles que perderam tudo, achando erroneamente que a única saída é sair definitivamente da vida.

Nesse mês que possamos estar juntos pela vida na busca por um mundo mais simples e mais fraterno, onde a postura de compaixão não seja algo depreciativo, e sim mais uma maneira de estarmos próximos uns dos outros.

*Dr. Robinson Cardoso Machado Yaluzan é médico psiquiatra e vice-presidente do Cremero.

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