A médica também foi a terceira mulher do Brasil a receber a honraria
A solenidade de entrega aconteceu no último dia 11 no auditório do Conselho Federal de Medicina (CFM) em Brasília. A entrega das Comendas 2018, que integra as atividades do Conselho Federal ao dar continuidade às comemorações do Dia do Médico (18 de outubro) e que acontece desde 2011 é destinada a médicos que contribuíram para o engrandecimento da Medicina nos campos do ensino, das humanidades, da arte, da saúde pública e da responsabilidade social, nos cenários nacional e mundial.
A médica, que é um dos grandes nomes da Medicina em Rondônia foi agraciada com a comenda Sérgio Arouca, que faz referência à Saúde Pública. “Conseguir fazer com Higeia e Panaceia andem juntas ao lado de Asclépio certamente não é uma tarefa fácil”, disse Dra Ana Escobar em seu discurso em Brasília.
Em entrevista com a Assessoria de Comunicação do Cremero, a médica, formada há 35 anos, se emocionou ao relembrar o dia em que recebeu a notícia de que havia sido escolhida. “Me deu até vontade de chorar. Eu nem imaginava que havia sido indicada para receber uma homenagem dessa magnitude” explicou.
Cada comenda tem um patrono que, de acordo com o Pleno do CFM, honrou e dignificou a medicina em suas respectivas áreas com ética e profissionalismo. Zilda Arns representa medicina e responsabilidade social; Sérgio Arouca, medicina e saúde pública; Moacyr Scliar, medicina, literatura e arte; Mario Rigatto, medicina e humanidades; e Fernando Figueira, finalmente, medicina e ensino médico.
Dra. Ana Escobar foi a terceira mulher do país a receber a honraria do Conselho Federal de Medicina. “Sabemos que vivemos em um canto do país que não tem grandes expressões em se tratando de uma esfera nacional. Desta forma, não poderia deixar de agradecer ao Dr. Hiran Gallo, nosso conselheiro federal, pelo seu apoio para que eu pudesse estar ali” enfatizou a médica que fez especialização, mestrado e doutorado em saúde pública, pós-doutorado em epidemiologia e serviços de saúde, e atualmente é docente da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).
Também foram escolhidos os médicos Eurípides Ferreira, Aníbal Gil Lopes, Rodrigo d’Eça Neves e Malaquias Batista Filho.
Conheça o patrono Sérgio Arouca:
Graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) em 1966, foi consultor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e atuou em países como México, Colômbia, Honduras, Costa Rica, Peru e Cuba. Professor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi convidado para trabalhar com o governo sandinista da Nicarágua. Nesse período teve início sua ligação com o sistema de saúde cubano, que assessorou tanto na formação de recursos humanos quanto no desenvolvimento de programas assistenciais.
Voltou ao Brasil, em 1982, como chefe do Departamento de Planejamento da Ensp, sendo nomeado presidente da Fiocruz em 1985. Durante sua gestão (até 1988), a instituição recuperou o prestígio no campo da pesquisa científica e do desenvolvimento tecnológico, com destaque para a formulação e discussão da política de saúde.
Colocou em pauta temas considerados novos no fim do século XX, como biossegurança, violência como epidemia mundial e gestão da saúde pública. Por toda sua produção científica e liderança na construção do Sistema Único de Saúde, Arouca tornou-se referência mundial.
