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A interdição ética do Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero) aconteceu na tarde de ontem (12) depois que o Conselho recebeu informações não só da precariedade com relação à estrutura do local de funcionamento, mas também como da falta de médico legista na escala de plantões. Como relatado anteriormente, o único médico legista que estava atuando no local não aguentou a carga de trabalho e pediu afastamento.

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Em reunião na manhã desta sexta-feira (13), o médico legista e diretor do Instituto Médico Legal de Rondônia, Dr. Genival Queiroga Junior informou estar ciente do problema, que segundo ele, não é atual. Queiroga, que já assumiu a diretoria do Instituto por cinco vezes, relatou que esse também não é um problema isolado e que nada pode fazer agora. “Sabemos das deficiências. Nossas escalas são apertadíssimas. Entendo perfeitamente a situação e do ponto de vista legal, o Cremero está correto em realizar a interdição, mas não posso simplesmente tirar um médico de dentro de um sistema que funciona para pôr em um local que não condições de funcionar” afirmou o diretor.

Durante a visita, que contou com a presença do vice-presidente do Cremero, Dr. Andrei Leonardo e do Delegado Geral Adjunto da Polícia Civil, Antônio Carlos dos Reis, o médico legista além de mostrar dados atuais de atendimento, enfatizou que o problema pode ser temporariamente resolvido através de nomeações “Ad Hoc”, feita por autoridade competente, representada por Delegado de Polícia, Promotor de Justiça e Juiz de Direito, ao nomear qualquer outro médico na localidade (perito ad hoc).“Nesses casos, o que precisamos é de bom senso, de todas as partes. Só vamos conseguir resolver o problema de escala de peritos quando houver concurso público” salientou Queiroga.

Segundo o diretor do IML, a situação deve ser normalizada em fevereiro, quando os médicos devem voltar de licença. Na reunião, o Delegado Adjunto ainda apresentou a planta baixa de uma nova sede do IML de Ariquemes, já licitada. “Só estamos aguardando agora a liberação do recurso para emitir a ordem de serviço para a empresa” acrescentou Reis.

Atualmente, Rondônia tem 36 médicos legistas. Segundo levantamento do próprio IML, o estado precisaria de pelos menos mais 33 especialistas para garantir os padrões mínimos de perícia. “Nós realizamos uma média de 62 perícias a cada 12 horas aqui na capital. A média de Ariquemes é de 6 a cada 48 horas. O volume de atendimento nem se compara. Nós deveríamos ter 36 médicos legistas somente para Porto Velho” finalizou o legista.

O IML de Ariquemes continua interditado. Os cadáveres da cidade estão sendo encaminhados para a capital. “Estamos acompanhando todo o processo e ainda neste mês voltaremos ao local para verificarmos a situação. Quem mais sofre com tudo isso é a sociedade” destacou o vice-presidente do Cremero, Dr. Andrei Leonardo.  

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