A Unidade de Pronto Atendimento encontra-se sem médicos suficientes para os atendimentos, sem remédios e com problemas estruturais

O Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero), juntamente com o Ministério Público (MP-RO) e com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RO), realizou, no último final de semana, uma fiscalização na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste. A ação se deu por conta de denúncias feitas contra o estabelecimento, que apontam para a falta de efetivo suficiente de médios plantonistas para os atendimentos, o que causa grandes filas de espera que se formam com os pacientes.

 

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“Os problemas que foram relatados para nós foram confirmados. Havia uma grande quantidade de pessoas para os atendimentos e apenas dois médicos trabalhando, o que fica impossível de atender a população de modo geral”, ressaltou o vice-presidente do Cremero, Cleiton Bach.

No dia da visita, havia apenas dois médicos trabalhando no local. “Toda sexta-feira é isso que acontece, ou seja, é um caos. Nós sofremos ameaças por parte dos pacientes o tempo todo. Tem médicos que estão de atestado por causa do estresse psicológico”, afirmou o plantonista, Matheus Basso.

Segundo o diretor da UPA, Celso Rogério de Araújo, ocorre uma grande dificuldade para a contratação de novos médicos para o local. “Só neste ano de 2014, já perdemos 44 médicos e no ano de 2013 foram 56 doutores que pediram exoneração”.

Com tantos problemas relacionados à falta de médicos plantonistas, a população chega a esperar cerca de oito horas à procura de atendimento. Selma Nobre é um exemplo vivo dessa demora. No momento da fiscalização, ela já estava há cerca de quatro horas atrás de atendimento para a filha, de apenas 10 anos, que queixava de dor de cabeça. “Nós demoramos demais para sermos atendidos. É revoltante”, enfatizou veemente.

O secretário municipal de saúde, Domingos Sávio, que esteve presente durante a fiscalização, firmou o compromisso com o Cremero de contratar novos médicos em até 60 dias para ficar com um contingente de pelo menos seis plantonistas por turno.

Falta de estrutura e medicamentos da UPA

Além da questão relacionada ao número de médicos plantonistas, a fiscalização realizada pelo Cremero também analisou outros quesitos ligados à estrutura da UPA, como as condições dos laboratórios, consultórios, salas para procedimentos cirúrgicos, sala para depósito de material clínico, entre outros.

Outra denúncia apurada foi sobre a falta de medicamentos. O conselheiro do Cremero, Jorge Amado, responsável pela fiscalização realizada, apurou que a Unidade de Pronto Atendimento realmente encontra-se em defasagem de estoque. “Falta Buscopan, AAS, anti-hipertensivo e até adrenalina”. 

O conselheiro também constatou que nas salas de consultório falta material de higiene como álcool, luvas e equipamentos para exames clínicos, além da limpeza da UPA que é realizada em horários inapropriados.

O presidente do Cremero, Rodrigo Almeida, também relatou que o ventilador artificial utilizado para o salvamento de vidas estava com defeito. “Ainda podemos observar a utilização de lâmina de papel sobre os colchões dos leitos, por causa da ausência de lençóis descartáveis e cobertores, ficando os pacientes descobertos”, enfatizou.

Fonte: Assessoria

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