O eleitor brasileiro é o cidadão devidamente alistado na forma da lei, no gozo
dos seus direitos políticos e apto a exercer a soberania popular por meio do
voto direto e secreto. Importante destacar que numa votação não há pesos ou
medidas diferentes entre os que estão aptos a escolher um candidato. Ou seja,
o seu voto, o meu voto e os votos dos outros são absolutamente iguais.
Se há algo que pode fazer a diferença entre um voto e outro é a reflexão que
precede a decisão. Por isso, estar consciente no momento de escolher um
nome que consta da cédula eleitoral é de suma importância.

Nas eleições desse ano, 147,9 milhões de brasileiros, distribuídos em 5.568
municípios, estão aptos a votar. Desse total, 52,5% são mulheres e a metade
tem entre 21 e 44 anos. Em Rondônia, ficam 1.190.505 eleitores, sendo
333.031 registrados em Porto Velho. A capital é o maior colégio eleitoral dentre
as 52 localidades que estão no nosso território.

Se olharmos a grandeza do Brasil, podemos considerar que o estado de
Rondônia tem proporções modestas quando comparado às dimensões
populacionais de São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais, por exemplo.
Contudo, apesar de menos expressivo, cada voto rondoniense tem o mesmo
peso das posições declaradas pelos eleitores do Sul ou Sudeste.
Essa equidade exige de cada eleitor a responsabilidade de avaliar os
candidatos com profundidade para que o resultado beneficie a todos.
Lembrem-se: decidir em função de interesses pessoais não resolve os
problemas que precisam ser enfrentados pela comunidade, tampouco significa
que os interesses envolvidos serão atendidos.

Para garantir a melhor tomada de decisão, sugiro que, desde agora,
procuremos conhecer melhor as propostas e as trajetórias de vida daqueles
que pleiteiam um cargo público. Note-se que essas duas análises são
indissociáveis, ou seja, uma não exclui a outra.

Em primeiro lugar, é fundamental saber o que eles pensam sobre as
dificuldades que afetam nossas cidades e nosso estado. Mais ainda: é
necessário avaliar quais soluções apresentam para superar cada uma delas.
Feito isso é hora de verificar se as promessas são exequíveis, ou não. Do que
adianta garantir o céu se não temos asas. Por isso, cada ponto de plataforma
deve ser analisado, procurando-se identificar sua pertinência, as possibilidades
de execução e o real impacto para a vida em comum.

Vez por outra, os jornais estampam nas manchetes promessas ou propostas
que caem no gosto geral. Porém, com o tempo, elas se mostram impossíveis
de virar realidade e, se saem do papel, não trazem o retorno esperado. Da
mesma forma, devem ser evitados os discursos genéricos, sem profundidade e
baseados no lugar comum que adoça nossos ouvidos.

Concluída a etapa de análise de propostas, sugiro que verifiquemos a trajetória
dos candidatos que buscam nosso apoio. Neste ponto, o eleitor deve se
informar sobre o histórico de vida daqueles que chamaram sua atenção.
Algumas perguntas podem ser úteis neste processo, ajudando-o em sua
análise.

Afinal, esse candidato, ao longo de sua vida, tem lutado por temas de interesse
de todos ou busca prioritariamente atuar em defesa dos benefícios de
determinados grupos (econômicos, políticos, etc.)? Qual a relação dessa
pessoa com a justiça (responde a processos, já foi condenado, tem atitudes
suspeitas)? Como ele/ela se comporta com relação à opinião alheia (sabe
argumentar, age com violência em gestos e palavras)?

No caso dos cargos majoritários (governador, prefeito, senador) é necessário
estender o mesmo crivo de análise àqueles que compõem as chapas como
vices ou suplentes. A maioria das pessoas concentra sua energia na avaliação
do nome que está no alto da cédula, mas esquece que ao dar seu voto também
está abrindo espaço político para outros indivíduos.

Por isso, para vices e suplentes vale aplicar os mesmos questionamentos e
outros. Por exemplo, qual a convergência de opiniões entre os membros de
uma chapa? Eles comungam de valores e projetos semelhantes ou foram
apenas colocados juntos por outros interesses? Além disso, é relevante avaliar
até mesmo o grau de proximidade entre eles. Apesar de não ser ilegal, o fato
de ter parentes ou agregados concorrendo juntos aumenta a suspeita de uma
ação coordenada para aparelhar um cargo público.

Para alguns, essas reflexões podem parecer prematuras. Estes argumentam
que a corrida das eleições nem começou para valer. Não vejo dessa forma.
Nada melhor do que amadurecer nossas ideias com o tempo, com calma. No
fim das contas, tudo o que importa é que você proteja seu voto e valorize suas
escolhas que devem ser conscientes. Sem dúvidas, essas são atitudes
necessárias para que tenhamos um País melhor.

José Hiran da Silva Gallo
Presidente do Conselho Federal de Medicina
Doutor e Pós-Doutor em Bioética

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