Completamos aproximadamente seis meses de administração do Cremero e para os primeiros 30 meses da nova gestão fui escolhido como presidente pelos colegas médicos de Rondônia. Primeiramente, o agradecimento pela confiança e esperamos retribuir com muito trabalho e dedicação nessa missão que não considero um fardo, mas um orgulho e um grande desafio.
Gostaria de fazer, para os que não me conhecem, uma breve apresentação. Tenho 38 anos e sou médico, cirurgião torácico formado em 1998 pela EPM-UNIFESP e residência médica de cirurgia geral e torácica no período de 2000-2003 pela EPM-UNIFESP. Em 1999, tive meu primeiro contato com o estado de Rondônia onde, como médico militar, eu conheci nossa região e criei laços para o retorno que ocorreu no final de 2005.
Ser médico na região Norte é antes de tudo ser forte. Enfrentamos as maiores dificuldades em todos os cenários, unidades de saúde sem as mínimas condições sanitárias e que sofrem com a falta de equipamentos, de planejamento, falta de gestão profissional, além da distância geográfica, que nos trás dificuldades em realizar a atualização de nossos conhecimentos que é fundamental e hoje tão exigida.
Muito nos é cobrado. Cobram-nos a perfeição, dedicação sobre-humana e no final somos retribuídos com salários ruins e críticas de diversos segmentos da sociedade.
Enumerar os problemas parece algo fácil e solucioná-los é o desafio. E como podemos fazer isso? Considero os três anos frente ao SIMERO um grande aprendizado e alguns pontos fundamentais. Primeiro independente da posição política de cada um de nós médicos existe sim uma pauta concordante que deve nos unir sempre por condições de trabalho, salários dignos, faculdades e vagas de residência com qualidade para citar apenas algumas. Essa pauta deve nortear nossas entidades médicas que devem se organizar e trabalhar em conjunto e não devemos usar nossas entidades como nicho político, de poder ou de influência.
Sindicatos, Conselhos e Associações que servem para manter determinados grupos no poder acabam por si só perdendo o crédito junto a nossa categoria e esse desgaste testemunhamos em nossas entidades e com isso, entendemos que precisávamos mudar.
Mas mudar não apenas os nomes, mas a atitude! E é essa a proposta dessa diretoria. Não iremos trazer conflitos políticos da época da eleição. A proposta é de união e renovação trazendo sempre novas lideranças e parando com aquela dança das cadeiras que vemos constantemente em várias instituições. Precisamos de respeito junto às instituições governamentais, participando das discussões não como um coadjuvante, mas como um dos principais interlocutores.
O Cremero deve chegar junto ao médico e à sociedade, sair de seus muros, conhecer a realidade. Um conselheiro antes de tudo tem que estar em atividade profissional, não pode entender sua atividade de conselheiro como uma profissão, querendo usufruir de diárias ou prestígio do seu cargo. Por isso, a importância de que quadros de representantes sejam renovados e assim se faz necessário a participação de todos os colegas.
Costumamos muito reclamar do síndico, mas ninguém quer ser o síndico. Devemos mudar isso! Todos nós somos médicos e, bem ou mal, responsáveis por nosso futuro. Hoje estou nesse cargo, mas precisamos que muitos outros venham com energia para progredir cada vez mais o nosso Conselho.
Projetos importantes já estão em execução: educação médica continuada com calendário anual, auditório em Ji-Paraná, plenárias via teleconferência para reduzir custos, sedes no interior para facilitar o dia a dia do médico, serviços online com certidões, entre outros. Mas nada disso será possível se não tivermos a constante participação do médico com sugestões e críticas, pois somente assim continuaremos a melhorar a cada dia.
Venham participar do Cremero, pois ele é seu.
Dr. Rodrigo Almeida de Souza
Presidente do Cremero