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Conselho Regional de Medicina

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Em todos os grupos de discussão, a vacinação contra covid-19 se tornou tema de presença quase obrigatória. A diversidade de opiniões só não é maior do que a paixão dos defensores das teses que gravitam ao redor (de um lado e do outro). Diante dessa polarização inadequada cabe evocar o que dizem a ciência e a medicina sobre o poder da imunização para que a escolha final do que fazer diante da vacina seja a melhor.

As vacinas são produtos biológicos que funcionam com base num conceito simples e bem estabelecido: mimetizar a reação imune fisiológica, oferecendo ao organismo humano a provocação necessária para que se desenvolva a imunidade, sem que o indivíduo tenha que se expor aos riscos da infecção natural.

Vale também lembrar que o desenvolvimento dos imunizantes contra covid-19 resulta de avanços científicos e tecnológicos acumulados ao longo de mais de um século de estudos e pesquisas sobre o tema. Neste processo, os fabricantes e cientistas devem comprovar a superação de diferentes etapas para que, ao final, o produto entregue seja o mais seguro e eficaz possível.

Para validação das etapas, instituições dos governos fazem a verificação ponto-a-ponto, a partir de critérios internacionais consagrados. Só segue adiante nesta maratona quem consegue passar por essa prova de fogo. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a responsável por esse trabalho e, certamente, tem investido toda sua capacidade técnica e credibilidade, que a colocam entre os três maiores institutos deste tipo no mundo, em sua execução.

Diante do exposto, fica claro que os pesquisadores e os governos, inclusive o do Brasil, estão na mesma sintonia: preocupados em oferecer à população uma vacina segura e eficaz contra a covid-19. Essa certeza configura um alento e torna mais fácil a caminhada até o posto de saúde mais próximo para receber a dose do imunizante contra o coronavírus.

Particularmente, declaro meu amplo e irrestrito apoio à vacinação contra o vírus dessa pandemia, o que deverá começar nos próximos dias. Essa é a mesma posição do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero), igualmente favoráveis à iniciativa.

Em posicionamento divulgado nesta semana, o CFM reiterou que a luta contra a pandemia de Covid-19 precisa incorporar a imunização o mais rápido possível. Contudo, de forma responsável, alerta que o uso das vacinas só deve ter início após sua aprovação (emergencial ou definitiva) pela Anvisa, como previsto na legislação e pelas boas práticas científicas.

Como já dito, esse cuidado é necessário para dar ao brasileiro a plena confiança de que as doses trazem substâncias seguras e eficazes ao seu propósito: combater os efeitos nefastos do novo coronavírus. Assim, após essa cobertura, o País poderá ver a redução das taxas de contaminação e do número de novos casos, bem como uma queda no desenvolvimento de formas graves da covid-19.

Superada essa etapa, o Brasil terá a oportunidade de voltar aos trilhos da normalidade, com repercussão positiva na vida econômica da Nação e nas relações em sociedade. Afinal, as empresas precisam de ambiente favorável para produzir bens e serviços e as famílias e amigos de confiança para se reunirem novamente. No entanto, nada disso acontecerá da noite para o dia. Esse é apenas o início de um processo que poderá levar meses para alcançar as metas esperadas.

Neste sentido, cabe aos rondonienses seguir as orientações das autoridades sanitárias e aos gestores tomarem todas as providências para que a vacinação transcorra sem atropelos. Isso significa oferecer insumos (agulhas, seringas, etc.), recursos humanos e logística adequada para que todos os cidadãos do Estado tenham acesso ao imunizante.

Amigos e amigas, é preciso ter esperança de que estamos caminhando para a superação dessa crise sanitária. Juntos, todos poderemos avançar rumo a um objetivo comum: a preservação do bem-estar, da saúde e da vida dos brasileiros. Para tanto, apoiar e participar da campanha de vacinação contra a covid-19 é fundamental.

 

José Hiran da Silva Gallo
Diretor do Conselho Federal de Medicina (CFM)
Conselheiro do Cremero
Doutor e pós-doutor em Bioética

 

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