O Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero) realizou na última semana a I Jornada de Nefrologia da Amazônia Ocidental. O evento, que faz parte do projeto de Educação Médica Continuada, contou com a participação de médicos, estudantes e demais profissionais da saúde. Durante os dias 17 e 18 de junho, especialistas de renome nacional e internacional, falaram sobre temas como a Insuficiência Renal Aguda, pedras nos rins, nefropatias, hipertensão renovascular e até mesmo sobre a importância da ingestão de água como forma de prevenção de doenças renais.
O médico e vice presidente do Cremero, Dr. Andrei Leonardo deu as boas vindas ao falar sobre a importância do tema, assim como a nefrologista e coordenadora do evento, Dra. Tatiara Bueno Parreira. “Agradeço o Cremero por incentivar eventos para médicos, estudantes e profissionais da saúde de um modo geral. Temos poucos nefrologistas no estado e por isto é tão relevante a questão da educação médica continuada pois a medicina evolui diariamente. Estudar sempre influencia diretamente na qualidade do serviço que nós prestamos a sociedade” destacou a especialista.
Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que cerca de 100 mil pessoas fazem diálise no país. A doença renal crônica atinge 10% da população mundial, afetando pessoas de todas as idades. A estimativa é que a enfermidade afete um em cada 5 homens e uma em cada 4 mulheres com idade entre 65 e 74 anos. Os números mostram que 70% dos pacientes que fazem diálise descobrem a doença tardiamente. “Hábitos alimentares saudáveis, controle de peso e a prática de exercícios físicos são fatores importantes quando falamos de redução do risco de contrair alguma doença renal. Beber muita água, não fumar e não tomar medicamentos sem orientação médica também são importantes” ressaltou Dr. Kleyton de Andrade Bastos, da Universidade Federal de Sergipe ao falar em sua palestra sobre o bloqueio do sistema renina-angiotensiva nas doenças renais.
“A doença renal crônica influencia diretamente na qualidade de vida e já é considerada um problema de saúde pública” destacou o médico palestrante, Dr. Marcel Jaqueto, da Universidade Federal de Londrina. “A prevenção ainda é a única forma de reduzir o índice de doenças renais e isso deve-se começar na infância” acrescentou o especialista ao agradecer a participação de todos e a iniciativa do Conselho.
Quem também esteve presente foi o especialista Dr. Emmanuel de Almeida Burdmann, da Universidade de São Paulo e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia. “Um em cada dez adultos no Brasil tem algum tipo de Doença Renal Crônica. Metade dos pacientes submetidos a transplantes de rim em nosso país poderia evitar a cirurgia se tivesse tido o cuidado de fazer exames preventivos de saúde, como os de sangue e urina” afirmou.
Também participaram do evento os médicos palestrantes Dr. Nestor Schor e a Drª Marimelia Porcionatto, ambos da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). “Essa jornada foi somente o passo inicial de uma longa caminhada no que se refere a estudo médico continuado sobre o tema aqui em nossa região” finalizou a coordenadora do evento.
A Doença Renal Crônica
A insuficiência renal, que é a fase mais avançada da DRC, foi responsável por 2.949 mortes em 2015, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), fornecidos pelo Ministério da Saúde. Como não apresenta sintomas nas fases iniciais, a doença renal crônica, se não diagnosticada precocemente e tratada corretamente, pode levar o paciente ao tratamento com diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal) e transplante de rim – nos estágios finais.