As insistentes declarações da presidente da República, Dilma Rousseff, e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de tentarem convencer a sociedade de que a solução para o caos instalado no Sistema Único de Saúde (SUS) será resolvida com a importação de médicos, são tentativas, no mínimo, enganosas, cujos objetivos, são os de jogar a opinião pública contra os médicos brasileiros e não buscar a solução real dos problemas.
        Não satisfeita, a presidente VETOU itens importantes da Lei que  regulamenta a profissão médica. Agora, vem o senhor ministro Padilha afirmar que vai humanizar a medicina através do aumento de dois anos do já longo curso médico brasileiro. Esta é mais uma demonstração clara da inverdade que praticam, pois, se faltam médicos, qual é o objetivo em prolongar a formação dos futuros médicos.
          O Conselho Regional de Medicina de Rondônia – CREMERO, em nome da classe médica e em defesa da população que necessita dos serviços públicos de saúde (dever do Estado, direito do Cidadão – definido pela Constituição Federal) manifesta seu REPÚDIO a todas estas medidas incoerentes e ditatoriais. Esclarece ainda que os programas anunciados pelo Governo Federal embutem apenas e tão somente o desejo de mascarar a total incompetência do Estado Brasileiro como gestor do SUS e colocar nos ombros dos médicos esta responsabilidade.
         Desumano é privatizar o SUS, deixar pacientes jogados ao chão, sem atendimento por falta de leitos. Desumano é sucatear e não cuidar da manutenção de postos de saúde e hospitais. Desumano é não construir estruturas físicas dignas, com os materiais e meios para diagnósticos. Desumano, é deixar faltar os mais básicos medicamentos e outros profissionais de saúde.
         Desumana, enfim, é a situação da população que sofre em filas intermináveis para realizar cirurgias eletivas, ou que morre por falta de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), na chamada mistanásia social.
          Os médicos brasileiros, em especial os de Rondônia, querem TRABALHAR COM DIGNIDADE. Queremos concurso público (e não contratação emergencial), carreira de Estado e condições humanas para atender aos nossos pacientes, com reestruturação física das unidades e o fim das faltas de itens necessários para o bom desempenho da nossa profissão. Médicos existem. O que estão faltando são condições dignas de trabalho e gestores competentes e compromissados com a saúde pública.