Reunião com o prefeito Mauro NazifO presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero), Rodrigo Almeida, acompanhado do médico, Adauto Marques Cabral, esteve em reunião com o prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif. O encontro aconteceu nesta semana, nas dependências do Teatro Banzeiros em Porto Velho.

Na oportunidade foram apresentados ao chefe do Executivo Municipal, relatórios de vistorias realizadas nos últimos meses em unidades de saúde da capital. Os documentos apontam as principais falhas encontradas durante as fiscalizações do Cremero e destaca as dificuldades enfrentadas pelos médicos relacionadas ao ambiente e condições de trabalho.

Entre as principais deficiências apontadas pelo presidente do Cremero estão a falta de medicamentos e a baixa cobertura de efetivo médico que, segundo Rodrigo Almeida, estaria em torno de 30%, e de 50%, conforme opinião dos médicos que atuam no serviço de saúde pública.

O presidente destacou que a estratégia de atendimento do programa Saúde da Família, dentro daquilo que é preconizado, muitas vezes acaba cobrindo o atendimento de urgência e emergência, justamente para desafogar o atendimento da UPA. “O paciente, muitas vezes, prefere ir imediatamente à UPA do que marcar uma consulta na UBS. Ao chegar no pronto-socorro, se depara com muita fila, espera, demora e é nesse momento que surge o conflito porque, na tentativa e no desespero de desafogar as UPAs, esses pacientes são mandados para o PSF, que por sua vez deixa de fazer o serviço de PSF para atender como uma UPA satélite”, explicou.

Para Adauto Cabral, a realidade é que atualmente o que pode ser observado é o atendimento de emergência no PSF, e de PSF em pronto-atendimento. Isso gera a insatisfação dos pacientes que reclamam da demora no atendimento e, consequentemente, um dos aspectos que mais preocupam os médicos, a falta de segurança. “Seja por demora ou falta de medicamento, o fato é que termina em médico sendo ameaçado, carro de médico sendo arrombado, a exemplo do meu, que já quebraram duas vezes e levaram todo meu material de trabalho, tudo por falta de segurança. Porque os seguranças que existem fazem questão de deixar claro que eles são seguranças patrimoniais, estão ali para assegurar o patrimônio público”, desabafou.

Além da falta de segurança, o médico fez questão de frisar para o prefeito, mais uma vez, a falta de condições de trabalho para os profissionais desenvolverem um bom atendimento. “A falta de medicamentos básicos nos atrapalha muito, porque não para de chegar paciente e isso me expõe como médico, expõe meu paciente e eu preciso trabalhar”, declarou Adauto Cabral.

Diante dos relatos, o prefeito Mauro Nazif entrou imediatamente em contato com o secretário Municipal de Saúde, Domingos Sávio Fernandes de Araújo, para questionar a falta de medicamentos, a concentração das unidades, a baixa cobertura e a questão da falta de segurança. Nazif parabenizou a iniciativa do presidente do Cremero em procurá-lo para apontar os problemas da saúde pública do município e se colocou à disposição da autarquia para contribuir com as ações do conselho.

Rodrigo Almeida destacou a importância de se manter discussões e diálogos entre todas as esferas que envolvam a saúde pública, para que juntos possam desenvolver um trabalho que seja benéfico, tanto para a sociedade quanto para os profissionais da área.

Para esclarecer e prestar informações sobre os aspectos apresentados, o secretário da Semusa irá realizar uma reunião com o Cremero, a fim de que sejam tomadas providências e soluções para os problemas citados nos relatórios, que foram relatados durante o encontro com o prefeito.

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