A forma como a entidade tem conduzido sua atuação na esfera das políticas públicas é vista como positiva pelos médicos brasileiros, o que legitima o trabalho desenvolvido pela entidade

A maioria dos médicos brasileiros avalia de forma positiva a atuação do Conselho Federal de Medicina (CFM) junto ao Governo Federal em diferentes frentes: por mais recursos para a saúde, por melhores condições de trabalho, pela qualificação da assistência e pelo aperfeiçoamento do ensino médico. Este índice de aprovação chega a 84,3% na média nacional, com pequenas variações entre as regiões do país: de 83% (no Sul e Centro-Oeste) a 93% (no Norte). A conclusão é de uma pesquisa realizada pelo Instituto Vox Populi, de 12 a 18 de fevereiro, que ouviu a opinião de mil profissionais.

A mesma tendência na avaliação do CFM é percebida quando os resultados são avaliados de acordo com a localidade de moradia do médico. Nos municípios do interior, a aprovação fica, na média, em 86%. Nas capitais, o índice é de 83%. O fenômeno se reproduz nas análises feitas com base no setor de trabalho (público e/ou privado), por tempo de formado e pelo tipo de formação (generalista ou especialista).

Para os entrevistados, as principais prioridades do CFM no momento devem ser a luta pela criação de uma carreira pública para os médicos (22%), a fiscalização dos serviços de saúde (20%) e o esforço pela melhoria dos honorários (18%). O estudo, que deverá orientar futuras estratégias da entidade no campo da articulação política e com a sociedade, revelou ainda o alto interesse dos profissionais em atuar na rede pública, caso o Governo ofereça os estímulos e as condições necessárias.

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Na avaliação do Vox Populi, os números indicam uma boa aceitação de parte importante dos mais de 400 mil médicos no país. Para os pesquisadores, as respostas sugerem que o Conselho Federal de Medicina é visto como entidade legítima e representativa da classe, com ações que têm tido aceitadas.

O percentual de 15,7% que demonstraram desacordo com respeito à forma como a entidade tem atuado não compromete esse apoio e representa a existência de um espaço democrático de debate dentro do movimento médico. Para os conselheiros do CFM, este índice demonstra a importância de manter abertos os canais de escuta e diálogo com a categoria para que os pleitos sejam incorporados às ações, quando pertinentes.

Para médicos, carreira pública no SUS é prioridade

A implantação de uma carreira pública no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) é vista como prioridade pelos médicos brasileiros, de acordo com a pesquisa do Vox Populi. Os dados mostram que 96% dos entrevistados consideram essa medida fundamental para quem atua na rede pública. O comportamento não variou, independentemente da região geográfica, do tempo de formação ou do tipo de vínculo empregatício.

De forma específica, quase o mesmo percentual (95%) se manifestou favoravelmente sobre a importância de criação de uma carreira de Estado para o médico no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), nos moldes do que existe atualmente para os juízes e o Ministério Público.

Diferenças – Essa carreira de estado, pela qual o CFM já implementou uma série de ações de defesa junto ao Palácio do Planalto, ao Ministério da Saúde e ao Congresso, se caracteriza por permitir o ingresso por concurso público, promover dedicação exclusiva com remuneração compatível sob a responsabilidade da União, prever progressão funcional e programas de educação continuada, entre outros pontos.

Além disso, a proposta obriga o estado o oferecer ao médico as devidas condições em infraestrutura para exercer a medicina e o apoio de equipe multiprofissional. Em conjunto, esses critérios valorizam o médico e qualificam a assistência, trazendo grandes benefícios para toda a sociedade.

Alternativa – Os entrevistados também indicaram que, na impossibilidade da implementação da carreira de estado para a categoria, aceitam como alternativa uma proposta de carreira nacional, baseada na contratação pelas regras da CLT junto às fundações públicas, criadas por consórcios organizados pelo Ministério da Saúde e composto pelos governos estaduais e municipais. Essa proposta conta com o apoio de 78,5%.

De acordo com o Vox Populi, esses altos percentuais refletem a insatisfação dos médicos com a precarização de seu trabalho. As contratações indiretas (por meio de cooperativas, pessoa jurídica) ou com vínculos precários (bolsas, contratos temporários, etc.) têm gerado insatisfação da categoria, afastando-a do SUS. O levantamento revela que se uma carreira pública for criada, independentemente de seu formato, 62% dos médicos afirmam que aumentariam muito seu interesse em atuar na rede pública. Apenas 20% informam que essas medidas não o motivariam de forma alguma a fazer esse movimento.

Fonte: Assessoria do CFM

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