A Sociedade Brasileira de Mastologia Regional de Rondônia abriu, no último dia 30 de setembro, o Outubro Rosa em Porto Velho, através da I Jornada de Mastologia do Sudoeste da Amazônia. O evento aconteceu no auditório do Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero) e contou com a participação de grandes nomes da Medicina. A Jornada, organizada pelas Dras. Maillene Lisboa e Hévila Rolim, prosseguiu também durante todo o sábado (1 de outubro), com a presença de acadêmicos e profissionais da saúde.

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Quem iniciou a rodada de palestras foi o Mastologista do Núcleo de Mama do Centro de Oncologia do Hospital Albert Einsten, Dr. Antônio Luiz Frasson, que em sua oportunidade, ressaltou que o problema do câncer de mama hoje no Brasil é considerado em algumas regiões, um problema de saúde pública. Segundo o especialista, por ano, cerca de 57 mil mulheres tem câncer de mama no país. Ele relatou ainda que apenas no Rio Grande do Sul são 5 mil casos por ano e que as maiores incidências estão nas regiões Sul e Sudeste. “O câncer de mama possui um fator genético e este é o maior fator de risco. Mas vale lembrar que a doença também está relacionada a questões ambientais” destacou.

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Frasson apresentou ainda, dados que mostraram qual o perfil da mulher acometida pela doença. Segundo ele, mulheres que têm menos filhos ou que têm filhos mais tarde, as que não amamentam, que param de menstruar tarde e que usam terapia de reposição hormonal têm uma tendência maior a ter câncer de mama. “O câncer de mama também está relacionado com a longevidade. Nas regiões onde as pessoas vivem mais, naturalmente, a incidência é maior” acrescentou.

Segundo os dados apontados, no Brasil, de um modo geral, na maioria das regiões, metade dos casos são diagnosticados como tumores maiores que cinco centímetros. “A sociedade como um todo tem um papel muito importante em antecipar o diagnóstico. O exame físico consegue identificar tumores que medem entre 1 e 2 centímetros. Por isso o autoexame é tão importante. A antecipação do diagnóstico reduz além da mortalidade, casos de mutilação e a necessidade de tratamentos mais complexos” explicou Dr. Antônio Frasson.

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O médico, ao falar sobre medidas de prevenção, citou o polêmico caso da atriz hollywoodiana Angelina Jolie, que como medida preventiva, retirou as duas mamas e depois, os ovários. “No meu ponto de vista ela fez tudo perfeito. Angelina se tornou uma ativista contra o câncer de mama. Eu tenho acompanhado muitos casos no Einsten de pessoas que, pelo histórico familiar, fazem o teste genético e acabam optando pela cirurgia preventiva. A cirurgia reduz o risco” finalizou Frasson.

Quem também esteve presente e falou aos participantes da Jornada foi Dra. Sandra Gioia, mastologista do Instituto Nacional do Câncer. Em sua palestra, a especialista falou sobre exames de imagem, mamografia, ultrassonografias entre outros. Segundo ela, infelizmente, de uma forma geral, a mortalidade no mundo inteiro continua aumentando. “No Brasil, só conseguimos estabilizar a mortalidade em algumas capitais. A incidência dos casos vem aumentando e a melhor coisa a se fazer é descobrir a doença a tempo, porque o câncer de mama tem cura” apontou.

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A conduta do profissional de saúde, do paciente e os processos inflamatórios também foram discutidos durante o evento. O chefe do setor de Mastologia do Centro de Alta Complexidade do Amazonas, Dr. Gerson Mourão, contou também um pouco da sua experiência no Hospital de Manaus, que é uma referência internacional. Segundo o médico, o Outubro Rosa em Manaus também é um alerta para o câncer de colo do útero, que segundo ele, ainda é maior do que o de mama. “Enquanto que no resto do país o câncer de mama é maior do que a do útero, em Manaus, o câncer do colo do útero ainda prevalece. São 635 casos contra 354 somente este ano” afirmou.

Mourão aproveitou a oportunidade para falar da importância do Outubro Rosa em todo o país e do papel das mulheres dentro desta luta. “O movimento acaba fazendo com que as mulheres saibam mais sobre seus direitos. Entendem todo o processo e descobrem que devem exigir que o Governo proporcione aquilo que já é lei: o direito à mamografia” finalizou.

Números regionais

O portal do Inca disponibilizou recentemente um relatório mostrando dados sobre a doença em todo o país. Segundo o estudo, a estimativa é que somente em 2016 Rondônia apresente pelo menos 190 novos casos de câncer de mama, sendo 80 deles, na capital, como revelam as tabelas a seguir.

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